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COMO LIDAR COM O SOFRIMENTO
O sofrimento sempre causou aversão nas pessoas, pois ninguém, em sã consciência, deseja sofrer. Entretanto, apesar de indesejado, o infortúnio chega de forma imprevista. A primeira reação diante dele é se livrar o quanto antes, porém a saída não é tão simples assim. O sofrimento é provocado por inúmeros motivos: perda de pessoas próximas, doenças, e outras ocorrências. Contudo, uma coisa é certa: ? a dor entristece e dilacera a alma ?. Para se sair da situação, o primeiro passo consiste em aceitar a realidade, pois somente assim será possível analisar as causas do problema. Além das causas involuntárias, já mencionadas, existem as consequências de atitudes e pensamentos, isto é, efeitos de nosso comportamento. Depois de localizada a causa, será preciso refletir cuidadosamente o que motivou determinada ação, que agora retorna em forma de dor. É preciso cautela ao se julgar culpado ou vítima, uma vez que nosso ego tem facilidade de cair em extremos. O arrependimento exagerado ou a transferência de responsabilidade, somente atrasarão o processo, pois quando se reconhece a culpabilidade pelo desgosto provocado, torna-se mais fácil a solução. O próximo passo é ter atitudes que corrijam o erro, e se for o caso, ter humildade e se retratar. Em se tratando de ingratidões ou diferentes motivos, causados por outros, o perdão é essencial. Com efeito, independente de quem seja a culpa, a vida deve continuar, uma vez que não se pode voltar no tempo e mudar os fatos. Ficar remoendo os acontecimentos passados não cessará a amargura, pelo contrário, aumentará. Para finalizar, é importante saber que o sofrimento, apesar de doloroso e desgastante, é um poderoso meio de aperfeiçoamento de nosso ego e evolução do espírito. Em verdade, ninguém está isento de aflições, assim como de falhas que prejudiquem os demais ou a si mesmo, visto que, ? toda convivência implica em ações e reações de estados emocionais e circunstâncias envolvendo temperamentos e visões de mundo distintas ?. Outro ponto essencial, diz respeito à paciência em períodos de desgosto, respeitar o tempo de duração do infortúnio é fundamental. Conforme exemplo da natureza: quando se poda uma planta, o passar do tempo se encarregará de decompor o ramo ceifado onde o vento se incumbirá de dissipá-lo. José Antonio Séspedes Filósofo-licenciado pelo Centro Universitário Claretiano ...